Falece Irmã Verônica, OSC, clarissa do Mosteiro Monte Alverne de Uberlândia/MG

IRMÃ MARIA VERÔNICA DA SAGRADA FACE, OSC
♦  24/06/1929     –     †  26/02/2021

Na noite desta última sexta-feira (26), a Irmã Maria Verônica da Sagrada Face, OSC, uma das irmãs clarissas do Mosteiro Monte Alverne de Uberlânida/MG fez sua páscoa definitiva. Nossa Fraternidade Custodial se une em oração pela sua alma, bem como se solidariza com as demais irmãs que permanecem a sua missão terrena.


Uma breve cronologia de Irmã Verônica, OSC

Irmã Maria Verônica da Sagrada Face, OSC nasceu em Selbach/RS no dia 24 de junho de 1929 e foi batizada dois dias após, recebendo o nome de “Therezinha Welter”. Toda sua formação familiar foi seguida a partir da cultura alemã, pois seus pais eram netos de alemães. Até a Segunda Guerra Mundial, só convivia com pessoas dessa nacionalidade, pois formavam uma colônia onde até na escola só se falava a língua alemã. Durante a guerra, toda a colônia foi obrigada a abandonar esses costumes e a duras penas aprenderam o português e a cultura do País. É a 13ª de 15 irmãos, que receberam sólida formação moral e religiosa dos pais.

Em 1951 entrou para a Vida Religiosa no Mosteiro da Gávea no Rio de Janeiro/RJ, percebendo sua vocação para a vida contemplativa já com 21 anos de idade. Sempre foi orientada espiritualmente pelo Padre Karson que a apresentou através de correspondência ao Mosteiro das Clarissas, o primeiro no Brasil, fundação das Irmãs de Düsseldorf. Destemida, teve a coragem de deixar seus pais e irmãos, indo sozinha, de ônibus para o Rio de Janeiro/RJ, numa época em que as estradas e os meios de comunicação eram bastante precários. Sabia que, deixando seus pais, jamais tornaria a vê-los. Mas o Senhor a conduzia e fazia arder seu jovem coração, num amor irredutível e radical.

Em 1973, após a morte da Madre Juliana, que a recebera no Mosteiro e de quem tomara a si os  cuidados durante um longo período de doença grave,  seguiu para Forquilhinha/SC, para completar o número das Fundadoras de um novo Mosteiro, que, mais tarde, em 1982 foi transferido para Lages, no mesmo Estado.

Irmã Verônica, OSC com Frei Ezimar, OFM e o nosso Ministro Geral, Frei Michael Perry, OFM (Da esquerda para a direita: Frei Ezimar, Irmã Verônica e Frei Michael)

Em Lages/SC, foi eleita Abadessa por três triênios, e, em 1996, foi eleita convidada para Abadessa do Mosteiro de Uberlândia/MG, e era muito querida e buscada por todos, que recebem dela orientação e conselhos e a valiosa intercessão.

Desde sua entrada para a Vida Consagrada Religiosa, vive em total doação ao Senhor e aos irmãos, levando no coração o mundo inteiro para apresentá-lo dia e noite a Deus nas orações, nos sacrifícios e na entrega total de si mesma, num amor incondicional e fiel.


Uma breve narrativa de Irmã Verônica, tempos antes de falecer…

“Aqui em Uberlândia/MG, comemorei meus Jubileus de Ouro e de Diamante na Vida Religiosa. Agora, já  posso desfrutar mais tempo da oração e adoração, porque meus trabalhos ficaram reduzidos por conta da idade. A saúde, entretanto, está muito bem, sinto-me muito viva e participante. Gosto de estar com as Irmãs, na vida fraterna, nos Capítulos, na Formação permanente, e no cuidado do jardim, minha grande paixão, depois de Jesus. O convívio com as flores são para mim um importante meio de contato com o Criador. Gosto de agradar as Irmãs fazendo proezas na cozinha: pão de queijo, bolo, pães, arrumo o Refeitório, cuido dos panos de pratos, das frutas,  descasco os legumes. São belíssimas oportunidades de oferecer a Jesus almas para serem salvas. […]

[…] Mas as Irmãs sempre cuidadosas zelam pelo meu descanso e não permitem excessos. Toda minha oração é para o mundo, “sustentáculo dos membros frágeis do Corpo Místico de Deus. Discípula, missionária, samaritana. A cada momento vou descobrindo novas formas de oração, sempre muito íntimas com Jesus, pelos sacerdotes, pelas almas, pelos benfeitores,  pela Federação Sagrada Família e pela Ordem, pelos meus familiares e os familiares das Irmãs das Irmãs, pela intenções que nos são recomendadas diariamente. Hoje procuro assemelhar minha vida a este poema que encontrei: Um dia, o sol ao se por atrás dos montes disse: vou embora, porém, quem me substituirá? E uma humilde lamparina respondeu: farei o melhor que puder. Eu me identifico com esta lamparina. E me pergunto: Qual foi o plano de Deus quando me criou? E como eu vivo este plano? Peço orações para ser fiel até o fim e cumprir a missão que Ele em Seu infinito amor me designou”

R.I.P.

Irmã Miriã Gabriela da Santa Cruz, OSC

Fonte: Arquivos – Mosteiro Monte Alverne (Uberlândia/MG)