Neste dia 2 de fevereiro, na Festa litúrgica da Apresentação de Jesus no Templo, a Igreja celebra o 27º Dia Mundial da Vida Consagrada. É importante salientar que esta data foi criada em 1997, pelo papa São João Paulo II, para entregarmos em preces ao Senhor da messe e pastor do rebanho todos aqueles que seguem o chamado de Cristo, e se prestam diante de Deus com total devoção para com o Pai.
Em sua mensagem na primeira celebração comemorativa da Vida Consagrada, traça um importante paralelo entre a apresentação de Jesus ao Tempo, feita por Maria e José, e a vocação específica que age na vida dos consagrados e consagradas, dizendo: “O Dia da Vida consagrada será celebrado na festa em que se faz memória da apresentação que Maria e José fizeram de Jesus no Templo ‘para o apresentarem ao Senhor’ (Lc 2,22). Nesta cena evangélica, revela-se o mistério de Jesus, o consagrado do Pai, que veio ao mundo para cumprir fielmente a sua vontade (cf. Hb 10,5-7). Simeão o aponta como ‘Luz para iluminar as nações’ (Lc 2,32) e preanuncia, com palavra profética, a oferta suprema de Jesus ao Pai e a sua vitória final (cf. Lc 2,32-35). Assim, a Apresentação de Jesus no Templo constitui um eloquente ícone da total doação da própria vida, para todos os que foram chamados a reproduzir na Igreja e no mundo, mediante os conselhos evangélicos, ‘os traços característicos de Jesus virgem, pobre e obediente” (cf. Vita Consecrata, 1)”.
Destarte, iluminados pela Palavra libertadora de Deus, onde “que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti; que eles estejam em nós, para que o mundo creia que me enviaste”. (cf. Jo 17, 21), por esta passagem bíblica, podemos então perceber que a beleza da vida consagrada é de fato estarmos juntos, perfazendo o caminho em busca do mesmo ideal, de servir ao Senhor e amá-lo profundamente com “todo o coração, toda a alma e acima de tudo, todo o entendimento” (cf. Mt 22,37).
Assim sendo, no Decreto conciliar Perfectae caritatis, acerca da renovação da vida religiosa, do Concílio Vaticano II, no diz que: “os religiosos e religiosas são, “movidos pela caridade, que o Espírito Santo derrama nos seus corações, mais e mais vivem para Cristo e para o seu corpo, que é a Igreja” (cf. n. 1).
Portanto, pela liberdade e doação, por meio dos conselhos evangélicos, os religiosos e as religiosas, presentes em nossa Igreja e neste tempo de contradições, são chamados a serem sinais de profecia, de presença, de cura, de perdão, de salvação e de libertação todos os dias, para assim vivermos o carisma de nossa consagração, não como um privilégio que nos faz mais importantes que os outros, mas como entrega incondicional ao amor eterno do Pai e ao serviço dos outros como Jesus o foi, sobretudo os mais pobres, fragilizados e excluídos de nosso tempo.
Enfim, que todos os consagrados e consagradas possam renovar seu compromisso em serem “luz do mundo e sal da terra” (cf. Mt 5,13-14) e de trabalhar pela paz e pela fraternidade, voltando às origens, isto é, como fez nossos fundadores. E que a vocação à Vida Consagrada seja cada vez mais abundante no mundo e possa produzir frutos de bondade, justiça e solidariedade, encarnando o Evangelho da vida. Que Maria Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Cristo, pobre, humilde e crucificado, ajude-nos a responder com convicção e coragem o chamado de seu Filho.
Fraternalmente,
Frei Vinícius Alves de Oliveira, OFM