LEITURAS: 2Rs 5,14-17 / Sl 97 / 2Tm 2,8-13 / Lc 17,11-19
Naamã é um soldado do exército dos arameus que tinham combatido contra o povo de Israel e levado pessoas como escravas para a Síria. Entre estas pessoas estava uma menina que ficou como serva da mulher de Naamã, e foi esta menina que falou do profeta Eliseu quando ouviu que ele estava leproso. Como Naamã tinha condições financeiras, foi até o profeta e ficou curado. Daí reconheceu que não existe outro Deus verdadeiro senão aquele anunciado pelo profeta Eliseu.
São Lucas neste evangelho narra como Jesus, sendo Deus no meio do seu povo, quer curar a salvar a todos. De fato, esta é ação de Deus que não faz distinção entre seus filhos e filhas. Ele só espera que depositem nele a fé e a esperança e sejam agradecidos. O evangelista diz que Jesus continua a sua viagem para Jerusalém com os seus discípulos e os Apóstolos perto da Samaria, onde os dez leprosos lhe vêm ao encontro suplicando por compaixão. Os detalhes informam a situação dos leprosos, isto é, estão fora da cidade, estão juntos com um samaritano, pois o sofrimento e a marginalização os uniram, são considerados impuros e por isso param distante de Jesus, e reconhecem Jesus como Mestre.
O samaritano, considerado estrangeiro pelos judeus, viu que estava curado e voltou para agradecer a Jesus louvando a Deus. Isto fez Jesus reconhecer a fé daquele samaritano, considerado indigno da misericórdia de Deus, e oferecer a ele também a salvação. Com a sua atitude de gratidão, o samaritano foi muito mais fiel a Deus do que os judeus que foram embora para cumprir os preceitos religiosos.
O autor da 2ª Carta a Timóteo mostra a importância da fidelidade a Jesus afirmando o que para nós seria impossível: “se com ele morremos, com ele viveremos”. De fato, Jesus é o Deus da vida que nos quer com ele em todos os momentos de nossa história. Daí a necessidade de abandonarmos qualquer arrogância, qualquer pretensão de domínio sobre os outros ou de privilégios por sermos da Igreja; abandonarmos qualquer preconceito, qualquer discriminação e ainda qualquer atitude de ingratidão para com Deus e para com os irmãos e irmãs.
Frei Valmir Ramos, OFM