LEITURAS: Dt 18,15-20 / Sl 94 / 1Cor 7,32-35 / Mc 1,21-28
Jesus começou a sua vida pública na Galileia e escolheu alguns lugares estratégicos para iniciar a pregação do Reino de Deus. No Evangelho de Marcos vemos Jesus na Sinagoga de Cafarnaum, que estava às margens norte do lago chamado Mar da Galileia. O evangelista apresenta Jesus iniciando sua vida pública logo depois do seu batismo, quando João Batista foi preso por Herodes. Jesus então está às margens do Mar da Galileia onde chama seus primeiros discípulos: Pedro e André, Tiago e João.
Num dia de sábado, que era o dia reservado para o culto a Deus, Jesus entrou com eles em uma Sinagoga. Esta ação de Jesus indica que está acontecendo algo novo, pois na Sinagoga Jesus ensina e realiza a libertação de um homem que estava “possuído por um espírito mau”. Não teria nenhum problema se esta ação acontecesse na sexta-feira ou no Domingo, mas no sábado a Lei proibia a realização de algo semelhante. Contudo, o que deixa os judeus admirados é que ele ensina com autoridade e “manda até nos espíritos maus, e eles obedecem”.
A intenção do evangelista é mostrar que Jesus é o “Santo de Deus”, expressão colocada na boca do homem possuído. Os judeus não entendem e não aceitam que alguém que cresceu no meio deles possa ser o “Santo de Deus”. Jesus é o Santo de Deus por ser o Filho de Deus, o eleito que foi enviado ao mundo para construir o Reino de Deus e salvar a todos os seus filhos e filhas. Para os judeus, quem deveria realizar esta missão era o Messias, o Salvador. Eles veem, ouvem e questionam aquele homem que eles conheciam na Galileia, mas nunca tinham visto suas ações realizadas com autoridade.
A este Jesus São Paulo recomenda que os irmãos e irmãs de Corinto sigam e sejam fiéis. Ele ainda diz para permanecerem junto a Jesus sem outras preocupações, pois na vida prática dos cristãos podem acontecer muitas preocupações e até desvios de atenção daquilo que é próprio do Reino de Deus. Pode até acontecer que tenham comportamento não condizente com o nome de Cristão, isto é, de um seguidor fiel de Jesus e de seu Evangelho. Por isso, a insistência de São Paulo, mas principalmente a ação de Deus quando envia profetas e profetizas no meio do seu povo, conforme a promessa que vemos na primeira leitura. O profeta é porta-voz de Deus e anuncia a vontade dEle para o seu povo.
É preciso então ter ouvidos atentos, para ouvir a mensagem de Deus em todos os tempos e ser fiel a Ele, seja na missão de profeta, seja na missão dos seguidores de Jesus, o “Santo de Deus”, para construir o Reino de Deus com ações práticas de amor ao próximo.
Frei Valmir Ramos, OFM