LEITURAS: Sab 6,12-16 / Sl 62 / 1Ts 4,13-18 / Mt 25,1-13
No ensinamento de Jesus através da parábola vemos a utilização simples do costume daquele povo na época: na noite antes do casamento o noivo ia até a casa da família da noiva com seus amigos “padrinhos”. Lá era recebido pela noiva com suas damas “madrinhas”. O evangelista escreve a partir do contexto da Igreja primitiva que esperava a secunda vinda de Jesus glorioso. Então os que tinham sido fiéis à sua Palavra entrariam com Ele no Reino, aqui simbolizado pelas “núpcias eternas”. Como podemos ver, na parábola não aparece a noiva, que pode ser entendida de imediato como a própria comunidade eclesial. Na 2ª leitura vemos a carta endereçada à comunidade de Tessalônica que reaviva a esperança na ressurreição, que no Evangelho é simbolizada pelas núpcias do banquete eterno.
O pedido de Jesus é que toda a comunidade esteja vigilante. Significa pedir que esteja vivenciando na prática o ser cristão e não apenas dizendo-se cristão. Podemos então entender que as virgens prudentes são semelhantes àquele homem prudente, sábio, sensato, que construiu a sua casa sobre a rocha, como diz Jesus em Mt 7,24: “quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem sensato”. Significa alguém que usa a sabedoria que vem de Deus, que é o próprio Deus, como vemos na 1ª leitura, para viver com Ele e agir de acordo com a sua vontade.
As virgens prudentes são pessoas que pensam em Jesus dia e noite e querem participar de sua vida mantendo-se unidas a Ele. Isto significa manter acesa a luz de sua Palavra e ter atitude que condiz com o nome de cristão. Ter o nome e agir de modo contrário ao Evangelho é arriscar ouvir uma resposta dura: “na verdade eu não vos conheço”. A “prudência” faz empenhar-se com o projeto de Jesus que é obediente ao Pai anunciando e construindo o Reino de Deus neste mundo.
Para a nossa comunidade cristã de hoje, o Evangelho faz o apelo para não descuidar da “luz do mundo” que ilumina o caminho da humanidade na direção da vida, da paz, da harmonia entre as pessoas e entre as nações. Ao mesmo tempo, interpela os cristãos a uma atitude coerente com o Evangelho agindo em prol dos sofredores nos quais Jesus continua sofrendo a sua paixão. Tudo isso significa manter-se unidos a Jesus, esposo da Igreja, amigo dos pobres, marginalizados e sofredores, para ser reconhecidos por Ele nas núpcias do banquete eterno.
Frei Valmir Ramos, OFM