23º Domingo do Tempo Comum: “Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles!”

LEITURAS: Ez 33,7-9 / Sl 94 / Rm 13,8-10 / Mt 18,15-20

Jesus ensina que o amor é o maior mandamento. Sabemos que o amor não é apenas um sentimento, mas também uma atitude que nos impulsiona a colocarmo-nos no lugar do outro, a olhar o outro com os olhos de Deus e agir em relação ao outro como Deus quer.

No Evangelho de hoje Jesus pede aos discípulos e discípulas que façam correção fraterna por amor. O contexto deste Evangelho é o discurso de Jesus sobre o comportamento dos cristãos em comunidade. Depois de indicar o modo de ser humilde e colocar-se a serviço na comunidade, Jesus pede que os seus seguidores sejam acolhedores, irrepreensíveis e misericordiosos, pois assim é no Reino dos céus.

A correção fraterna é necessária para vivenciar na prática o amor. Corrigir um irmão, uma irmã, significa ganhar a pessoa para Deus. Vejamos o que Deus diz ao profeta Ezequiel na primeira leitura de hoje: “eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel”. O mandato que vem de Deus é uma missão. O profeta Ezequiel tem a missão de corrigir fraternalmente o “ímpio”, o pecador, aquele que está cometendo um erro. Não um erro de acordo com o meu ponto de vista, mas a partir da Palavra de Deus.

São Paulo escreveu aos Romanos que “o amor é o cumprimento perfeito da Lei”, como vemos na segunda leitura. Ele conheceu o ensinamento de Jesus sobre o amor. Por isso, adverte os cristãos romanos e de todas as comunidades para viverem no amor mútuo.

O significado dos textos desta liturgia para hoje é uma forma de ser Igreja, de ser comunidade de Jesus Cristo, família de Jesus, que ama a todos e quer todos muito perto de Deus. Ele não quer alguém caminhando no erro, longe da Palavra de Deus, afastado da comunidade e condenado por seu comportamento. Ao contrário, Jesus quer todos os seus seguidores como missionários de seu Reino, primeiro por um comportamento acolhedor, irrepreensível e misericordioso, e depois com a disposição e o amor para a correção fraterna. Isto não significa concordar com o erro do pecador, mas indicar o caminho da verdade e da vontade de Deus para o bem de todos.

Jesus é muito claro ao indicar o modo de fazer a correção fraterna: a sós, sem fofoca e sem julgamentos. O julgamento cabe a Deus. Aos cristãos cabe vivenciar o amor, colocar-se no lugar do outro, deixando para trás o egoísmo, a prepotência, e construindo a família de Jesus sempre rezando pessoal e comunitariamente.

Frei Valmir Ramos, OFM