19º Domingo do Tempo Comum: “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino!”

LEITURAS: Sb 18,6-9 / Sl 32 / Hb 11,1-2.8-19 / Lc 12,32-48

Este trecho do Evangelho de Lucas segue imediatamente depois que Jesus diz aos discípulos: “busquem o Reino de Deus e estas coisas lhes serão acrescentadas”. É o ensinamento para colocar a confiança em Deus que reserva o seu Reino para aqueles que fazem a sua vontade. O autor da carta aos Hebreus diz que “a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem”. A fé de Abraão o levou a obedecer à ordem de Deus, por isso ele saiu de sua terra e foi para um lugar viver como estrangeiro. A vivência da fé em Jesus leva os cristãos rumo à “pátria celeste”, que significa plena realização do Reino de Deus.

O Evangelho diz que é vontade do Pai “dar a vós o Reino”. A iniciativa de Deus é baseada em seu amor infinito pelo seu povo que não foi criado para ser escravo ou para ser explorado por governantes ou poderosos deste mundo. Na primeira leitura vemos uma menção à ação libertadora de Deus que tirou o seu povo da escravidão do Egito. Da parte do povo, porém, existia a esperança, a fé, e um compromisso com Deus. De fato, a fé exige compromisso. O primeiro é ter a construção do Reino como foco principal neste mundo. Jesus fala de tesouro e de coração: “onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. E também: “a quem muito foi dado, muito será pedido”. Estas expressões ensinam que é preciso agir constantemente e cheios de confiança em Deus que nos dá o seu Reino. Para construir o Reino neste mundo em que os valores evangélicos são ignorados ou desprezados é preciso colocar toda força da alma, do coração, da inteligência. Os discípulos ouviram uma parábola onde Jesus ensina que é preciso estar o tempo todo empenhados na missão. É o serviço pedido àqueles que receberam o dom da fé.

O pedido de Jesus continua ecoando para os cristãos de hoje, para que estejam sempre empenhados na construção do Reino, mesmo quando sofrem perseguição, quando a fé está esmorecida e frágil. É preciso que todos unidos atuem na transformação de situações que desumanizam e escravizam, no esclarecimento das falsas notícias e na revelação da verdade. Nenhum cristão pode pensar que a missão de construir do Reino de Deus não é para ele; ao contrário, o ser cristão exige empenho nesta missão.

Frei Valmir Ramos, OFM