18º Domingo do Tempo Comum: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede!”

LEITURAS: Ex 16,2-4.12-15 / Sl 77 / Ef 4,17.20-24 / Jo 6,24-35

São João evangelista mostra que uma multidão vai atrás de Jesus, pois todos viram que Ele realiza alguns sinais não comuns entre os seres humanos. Contudo, ainda não entenderam bem a revelação de Jesus e quem Ele de fato é. Depois de terem sido saciados com o pão material, vão procurar Jesus talvez para que tenham mais pão. Neste momento Jesus indica o alimento espiritual: “quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. O convite de Jesus é para que todos os seus seguidores creiam que Ele é “o pão da vida” que foi enviado pelo Pai para que seus filhos e filhas tivessem a vida eterna.

Esta reflexão de São João faz os cristãos entrarem em uma dimensão espiritual que supera as dificuldades encontradas nos caminhos da vida. Vemos na primeira leitura como o povo de Israel se lamentava quando estava enfrentando as dificuldades durante o êxodo. No Egito era um povo oprimido e escravizado pelo faraó. No caminho do deserto precisava enfrentar a fome e a sede. Num primeiro momento o povo não tinha entendido que a libertação era também fruto de uma luta, de esforços comunitários e de perseverança na realização da vontade de Deus. É Deus, o libertador que não abandona o seu povo, quem providencia o alimento necessário. Mas não somente o alimento material.

Para enxergar a ação de Deus, o povo precisa crer, os cristãos precisam crer que Jesus é o “pão de Deus que desce do céu e dá vida ao mundo”. Esta é a maior obra de salvação de Deus, isto é, descer no meio do seu povo para alimentá-lo material e espiritualmente para que tenha a vida plena neste mundo e a vida eterna depois desta existência aqui na terra. A compreensão desta grande obra de Deus faz o autor da Carta aos Efésios escrever para que se revistam do homem novo, “da imagem de Deus”, quer dizer, revestir-se da fé em Cristo e alimentar-se d’Ele para realizar as suas obras, manter-se em comunhão com Ele e depois participar da vida d’Ele.

Hoje todos os cristãos são chamados a manterem-se unidos ao “pão da vida” para que as obras cristãs sejam alimento na defesa da vida das pessoas e da criação e sejam capazes de revelar a bondade de Deus presente no caminho de libertação de seu povo que é enganado, que sofre violência, opressão, discriminação e marginalização.

Frei Valmir Ramos, OFM


Acompanhe também a reflexão da série: “Luz do meu caminho”