15º Domingo do Tempo Comum: “Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros”

LEITURA: Am 7,12-15 / Sl 84 / Ef 1,3-10 / Mc 6,7-13

Os discípulos de Jesus foram chamados, instruídos e enviados para contribuir na missão de instaurar o Reino de Deus neste mundo. Parece que Deus, que faz bem todas as coisas, quer que os cristãos sejam comprometidos com o seu Reino e não apenas espectadores de sua presença. Segundo o Evangelho de Marcos, Jesus está cumprindo a sua missão e já encontrou resistência em sua própria terra, na Galileia, mas continuou ensinando nos arredores.

O Evangelho deste Domingo nos mostra como os discípulos foram enviados: dois a dois, sem apego a nada e com o poder de Jesus. Assim iniciaram a expandir a missão confiada pelo Pai a Jesus e depois a todos os cristãos. Ir em missão sem nenhum apego a nada é para ter a liberdade de apresentar o poder do Evangelho que deve aparecer com toda a sua força. No centro da missão estará Jesus mesmo e os missionários serão seus interlocutores sem as amarras do poder do dinheiro. De fato, no Evangelho de Marcos, os discípulos podem levar apenas um cajado e sandálias que são utensílios daqueles que caminham de um lado para outro. Ambos são símbolo do missionário itinerante que deverá ir lá onde estão as pessoas, como faziam os pastores de ovelhas com os seus cajados. Assim fez São Francisco de Assis, até sem cajado, como muitos outros.

Jesus alerta os discípulos para que confiem unicamente na providência do Pai, hospedando-se nalguma casa e indo sempre adiante. Também alerta para a rejeição da Palavra anunciada como acontece frequentemente aos profetas. Aconteceu a Jesus na sua própria terra, aconteceu a Amós que foi expulso de perto da corte real e acontecerá com os discípulos. Diante da rejeição os missionários não devem desanimar nem interromper a missão.

O profeta Amós tem convicção do chamado de Deus e de que a missão pertence a Deus, por isso continuou profetizando em Israel. Acontece que os poderosos daquele tempo não queriam mudar de atitude e reverter as injustiças cometidas contra os pobres daquele povo. Amós foi firme em dizer que não era mercenário, mas homem simples que tinha sido enviado por Deus.

Hoje a Igreja e todos os cristãos precisam revisar e retomar a vida missionária. Como homens e mulheres desapegados dos poderes deste mundo e do dinheiro e revestidos do poder de Jesus, os discípulos missionários precisam atuar profeticamente e ir onde estão as pessoas, especialmente onde são poucos ou não existem missionários e a vida é ameaçada pelas injustiças e pela violência.

Frei Valmir Ramos, OFM


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