LEITURAS: Rm 6,3-11 / Mc 16,1-8
Cristo ressuscitou, aleluia!
Depois de apresentar os momentos mais importantes da história da salvação mostrando como Deus criou tudo por um amor infinito, a liturgia nos faz reviver a alegria da ressurreição de Jesus. De fato, desde a criação da humanidade, vemos Deus presente com os seus filhos e filhas para dar-lhes vida, para libertá-los da opressão, para garantir-lhes vida plena e para dar-lhes vitória sobre a morte.
No Domingo, as mulheres discípulas de Jesus que tinham acompanhado a sua morte vão ao túmulo para oferecer-lhe a dignidade e a honra ao Mestre que entregou a sua vida pelos seus. O perfume era um sinal de exalação da presença de uma pessoa que depois passou a ser usado no rito fúnebre como testemunho de respeito e amor pelo ente querido que morreu. Acontece que as mulheres não encontraram Jesus, pois quando chegaram ao túmulo viram que a pedra que fechava a sua entrada estava removida e lá dentro tinha “um jovem vestido de branco”. “Muito assustadas”, sem dizer nada, ouvem o anúncio de que “Jesus de Nazaré que foi crucificado” não estava lá, tinha ressuscitado.
São Marcos apresenta o anúncio daquele “jovem vestido de branco” como realização do que Jesus mesmo tinha dito. Agora o túmulo está vazio, “não está aqui” diz o jovem. Mas Ele quer encontrar os seus discípulos na Galileia, lá onde Ele tinha iniciado a sua missão e de onde os discípulos deverão dar continuidade à construção do Reino de Deus. O anúncio da ressurreição é seguido do envio das mulheres como primeiras testemunhas da vitória da vida sobre a morte. Elas devem dizer aos discípulos de Jesus e a Pedro que o Ressuscitado os espera na Galileia.
A grande vitória da vida sobre a morte deixa o Domingo repleto da alegria da Páscoa cristã. A ressurreição abateu o poder da morte que foi vencida por Jesus passando pela cruz. O testemunho de Paulo na carta aos Romanos é contundente dizendo “sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos
não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele”. Por isso, aqueles que morrem com Cristo, viverão com Ele. Esta certeza deve encher os cristãos de
alegria como filhos e filhas amados por Deus e enviados ao mundo como testemunhas de que a vida vence a morte.
A Páscoa dos cristãos hoje deve ser repleta de alegria e, ao mesmo tempo, deve ser uma ocasião de envio ao mundo, tão ferido de violência e morte, para testemunhar que a vida tem mais poder, é dom de Deus e precisa ser defendida com amor.
Frei Valmir Ramos, OFM