19º Domingo do Tempo Comum: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente!”

LEITURAS: 1Rs 19,4-8 / Sl 33 / Ef 4,30-5,2 / Jo 6,41-51

Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”. Esta é a revelação de Jesus que São João coloca no ápice de sua narração do capítulo 6 de seu Evangelho. Este pão é a Palavra de Deus encarnada, por isso os judeus que ouviam o discurso de Jesus murmuravam numa atitude de incredulidade, pois eles conheciam Jesus como o filho de José carpinteiro e não como o enviado de Deus que assumiu a condição humana.

Jesus insiste e se apresenta como sendo a Palavra na qual a humanidade precisa acreditar. Como Palavra encarnada, Ele se oferece em sacrifício como alimento para a vida eterna. Esta é uma referência à Eucaristia que dará aos seus seguidores a possibilidade de permanecer em comunhão de vida com Ele. Daí a necessidade de desenvolver a fé para enxergá-lo presente na simplicidade do pão material, como Ele mesmo está visível aos seus discípulos e aos judeus.

São Francisco tinha especial reverência à Eucaristia pois reconhecia a presença de Jesus vivo, como também estava presente nos irmãos e irmãs sofredores.

Já no Antigo Testamento Deus tinha revelado ao seu povo que é o Deus da vida, por isso, providencia o pão para seus filhos e filhas. Com a vinda de Jesus, cumpre-se a vontade do Pai de saciar a fome neste mundo e levar todos à vida que não tem fim.

Na primeira leitura vemos que Elias no deserto estava por morrer de fome. Na prática ele não queria continuar a sua dura missão como profeta. Deus, que o escolheu, providenciou o pão que lhe era necessário para continuar a missão. O anjo é o mensageiro de Deus que diz a ele “levanta e come”. Isto quer dizer que ele não pode esquivar-se da missão. Ele precisa pensar no povo de Deus, seus irmãos e irmãs.

O autor da Carta aos irmãos de Éfeso exorta para viver no amor como Cristo viveu e entregou-se por nós. Esta mensagem é atual, pois a vivência do amor faz superar todas as mesquinharias humanas, o egoísmo, a indiferença, e coloca o cristão atendo à fome do próximo e à necessidade de manter-se em comunhão com Jesus. É esta comunhão com Ele que dá sentido às ações de caridade e doação para que todos tenham vida em abundância. Por outro lado, a comunhão com Jesus exige compromisso com a sua missão de construir o Reino de Deus neste mundo.

Frei Valmir Ramos, OFM